DOIS BRASIS, DUAS
REALIDADES
Em um país continental
como o nosso, manter a unidade não é uma tarefa assim tão fácil, pois, até
mesmo a nossa língua, a portuguesa, tem lá as suas peculiaridades e
características de acordo com a cultura local. Mas o que não pode acontecer é
vivermos em dois Brasis e termos duas realidades. Há de se pensar como unidade
para gerar oportunidades para todos e, acima de tudo, valorizar a cultura de
cada lugar.
Enquanto a corrupção
impera e o nosso dinheiro escoa pelos ralos, crianças do interior deste imenso
país crescem sem acesso á uma educação de qualidade e sem ter direito algum a
cultura. E, aqueles que, voluntariamente, doam parte de seus dias para oferecer
algo para as crianças, sofrem pela falta de apoio e de dinheiro. Há muita
vontade, mas quem vive longe das capitais, conhece bem esses dois Brasis e suas
duas realidades.
Já dizia Monteiro
Lobato: “um país se faz com homens e livros”, mas, pena que os homens que
alcançam o poder não conseguem compreender a profundidade do que disse Monteiro
Lobato no século passado, e a situação é ainda pior quando estes homens,
vestidos de poder, estão à frente de pequenas cidades desse imenso país, o que
esperar?
Teatro, música, dança,
literatura... como fazer tudo isso chegar aos rincões do Brasil, se até quem
mora em comunidades carentes nas grandes cidades também enfrenta a mesma
dificuldade? O acesso á cultura e educação é algo tão precioso e fundamental
para a unidade de um país que não podem estar restritos aos mais abastados e
favorecidos e ser tão desprezados pelos homens do poder. Até quando viveremos
dois Brasis?
O crescimento econômico,
os ganhos financeiros e as mudanças de classe social formam um cenário bem
favorável para transformar os dois Brasis em um só e unificar as realidades,
então, ao invés de pactuar com desvios de verbas, abusos de poder, censuras
descabidas, é chegada a hora desses homens do poder darem ao povo, muito mais
do que bolsas e auxílios, pois conhecimento e cultura são ferramentas para um
vida inteira
Não pensem que o povo
quer só pão e circo, o povo quer conhecer a história do pão, a história do
circo, quer ouvir uma boa música, assistir ao Balé Quebra-Nozes, ou quem sabe
assistir a um Shakespeare, hein? O povo quer conhecer Monet, Van Gogh, Renoir, quer
saber de Charles Chaplin, de Godat, de Fellini, saber mais de Monalisa, da
Capela Cistina e muito mais, portanto, é preciso dar isso à todos e não à
poucos.
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